Origens
Quando estou com os meus pais, não preciso nem de dois minutos para me lembrar de quem sou filha. Revejo-me constantemente nas acções deles, nas palavras e até mesmo no espelho. Sou mesmo uma mistura dos dois, não há que negar. E tal como os dois, sou uma mistura explosiva. Quem me conheça que me ature (embora, claro está, existam recompensas para quem me atura, que afinal isto não é só mau).
Mas a mistura daqueles dois (que sou eu) resultou da mistura de outros quatro. E da mistura de outros quatro (que surgiram da mistura de outros oito) surgiram outras três misturas que deram origem aos meus primos e aos filhos dos meus primos. E houve ainda outras misturas mais longínquas que nunca cheguei a conhecer, não lhes sei os nomes, não lhes conheço as caras. Mas resultaram em mim. E são eu (pelo menos em parte).
Assim se enche uma parede ainda vazia: com herança genética, recordações de dias felizes cheios de sol e algumas (muitas!) saudades.
Mas a mistura daqueles dois (que sou eu) resultou da mistura de outros quatro. E da mistura de outros quatro (que surgiram da mistura de outros oito) surgiram outras três misturas que deram origem aos meus primos e aos filhos dos meus primos. E houve ainda outras misturas mais longínquas que nunca cheguei a conhecer, não lhes sei os nomes, não lhes conheço as caras. Mas resultaram em mim. E são eu (pelo menos em parte).
Assim se enche uma parede ainda vazia: com herança genética, recordações de dias felizes cheios de sol e algumas (muitas!) saudades.
5 Comments:
O que é ainda mais engraçado é que apesar de estamos a fazer mais ou menos a mesma coisa, o meu sentimento é até bastante contrário: não me revejo tanto assim na minha herança genética. Quando estou com os meus pais então, menos ainda. E ainda ontem, ao ver as fotos da minha bisavó, pensava que nenhum de nós saiu a ela. O que quer que seja que me compõe, para além dos 70% de água, é herança genética numa parte mais pequena do que algo mais difícil de explicar.
Adorei essa parede! Curiosamente, também ando a decorar as minhas paredes com fotografias minhas. Não da minha família, mas daquelas que me sairam bem.
Eu adorei essas fotografias, principalmente a do "monte de sal". A parede ficou muito engraçada mesmo, só espero é que não seja area lol
kodhy: ...é tudo Ikea, não te preocupes...lololol
c.: às tantas isto de partilhar a herança genética é mesmo muito estranho, especialmente porque tenho aquela sensação estranha de ter apanhado justamente tudo aquilo que não devia...lololol...é ficar chateada com as explosões do meu pai e perceber que meia hora depois estou eu a fazer exactamente o mesmo que ele....lololololololol
Ou então também podes estar em denial...eu estive, durante muito tempo...até perceber que não há como escapar: acabamos por nos tornar iguais aos nossos pais.l..como dizia uma amiga minha, "lei de vida!"
Não é denial, não. Lá terei outras pancadas, algumas melhores, outras piores, mas certamente diferentes. De qualquer das formas, em relação às fotos mais antigas não me posso pronunciar dado que não conheço os meus antepassados para poder chegar a conclusões desse calibre. Volta e meia lá me diz a minha avó que sou "muito Sobral" ou que "és mesmo Gandra". Vale o que vale...
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