terça-feira, agosto 19

Da rua para a galeria, dando uns passinhos pelo museu

Tem-se o talento. Começa-se por sair para a rua, de noite, plantando stencils por aí. O trabalho é essencialmente provocativo, impossível deixar alguém indiferente (afinal, nas terras dos Tudor colocar a rainha Victoria numa posição sexualmente explícita é, no mínimo, provocador. Apesar do conhecido sentido de humor britânico). Com conteúdo político e crítico aguçadíssimos.

Depois, sobe-se um passo na arte da provocação: vamos ao museu pendurar quadros modificados. Com etiqueta identificativa e tudo. Ninguém dá por ele, só dias depois. A arte de Banksy chegou ao museu, através das suas próprias mãos. Não demorou muito tempo até chegar às galerias. A preços proibitivos.

Outras intervenções se seguiram, instalações artísticas em espaços proibidos: colocar uma réplica tamanho natural de um prisioneiro de Guantanamo na Disneyland Los Angeles, por exemplo. Como ser um artista bem sucedido sem patrocínios. Apenas com muita publicidade.

Stop and search

Será também uma questão de tempo, nestes tempos conturbados de início de século em que nada se cria, tudo se transforma, a chegar aos livros de História de Arte, a arte urbana, interventiva, provocadora, com forte sentimento crítico e com raízes urbanas. Já me estou a ver a folhear o Janson actualizado e dar de caras com o retrato que o Guy encomendou ao Banksy e ofereceu à Madonna pelo seu aniversário...900 000 dólares de prenda, para ser mais exacta.

Vejam algumas das obras de Banksy [aqui], porque vale bem a pena. Já fazia falta uma agitação dadá, novamente. Ou uma agitação pop art. Ou ambas. Ou nenhuma delas. O Jeff Koons que se cuide...algo me diz que a sua supremacia enquanto artista vivo melhor pago do mundo está a acabar.

Porque raio não fui eu a Londres arrancar paredes enquanto podia?

7 Comments:

Blogger Artur said...

Temos os blogs quase em sintonia perfeita.
Estou para por post em que Banksy é o tema, hehe! A ideia até nem era escrever muito, é mesmo por uma foto de um pequenito Banksy que vi a caminho do trabalho, o unico que vi até agora :( Até porque não é facil, eles pintam logo por cima assim que vêm.
Bom, assim com este post teu, ainda menos vou escrever, viva os links!!

19 agosto, 2008 17:58  
Blogger do not push my buttons! said...

Estou neste momento em Londres.. que paredes queres que descasque por ti?

20 agosto, 2008 09:41  
Blogger o bicho furioso said...

Artur: é como dizem, GREAT MINDS THINK ALIKE...lolololol...que maravilha, um Banksy VERDADEIRO!!! posta a foto, quero ver!!

Buttons: qualquer parede pelo banksy, a proveita e descasca uma para ti também....embora leiloar bocadinhos de parede!! Boa estadia, foge do smog...(pode-se fugir do smog??)

20 agosto, 2008 13:56  
Blogger Artur said...

Bem, não fiques á espera de um Banksy espetacular porque não tive essa sorte, o que vi é só uma "tag" num poste de uma camera de vigilancia. Nada de especial, mas prontes, é do B. né!! hehe

21 agosto, 2008 00:55  
Blogger do not push my buttons! said...

Neste momento é mais fugir da chuva. Há postais e souvenirs do Banksy em todo lado! Brighton estava cheia de "imitações" nas paredes. Nas galerias há montes de livros sobre o senhor (tudo caríssimo para a minha bolsa, infelizmente).
Muito fixe o sr. Banksy.

22 agosto, 2008 10:29  
Blogger Artur said...

do not push my buttons!:
Isso de fujir á chuva é normalissímo :(
Vi um livro dele por £8.99, não comprei porque tava mesmo sem "tempo" (£'s) hehe.

23 agosto, 2008 20:05  
Blogger o bicho furioso said...

Este comentário foi removido pelo autor.

25 agosto, 2008 13:50  

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