Como tornar uma caixa de vinho num objecto de culto em três passos
Primeiro passo: ser um designer reconhecido, famoso, talentoso e muito, muito bom (e já agora, chamar-se Jasper Morrison).
Segundo passo: num momento ao mais puro estilo Changing Rooms utilizar uma caixa de madeira normalmente usada para armazenar garrafas de vinho como mesa de cabeceira (e chamar-se Jasper Morrison).
Terceiro passo: ter uma editora de objectos que ouve falar na mesa-de-cabeceira-que-na-verdade-é-uma-caixa-para-garrafas-de-vinho e achar que pode fazer disto uma peça assinada para a colecção 2006 (assinada por quem? Por Jasper Morrison, pois claro!).
Surge então o The crate, a obra conjunta do até agora não-controverso Jasper Morrison, um dos melhores designers desta geração e da Established and Sons, empresa conhecida nas altas esferas do design.
Há objectos e há objectos. E há ready-mades e ready-mades. Sou da opinião que todos os objectos podem (e devem) ser descontextualizados; os objectos afinal não são vacas sagradas colocadas no meio do Olimpo. Mas gosto de pensar que esta descontextualização deve pelo menos ter uma mensagem. Não pretendo que todos devem fazer de um ready-made um manifesto, tal como Marcel Duchamps fez com o seu urinol-tornado-peça-de-arte-porque-foi-exposto-numa-galeria, até porque não estou a falar de arte, estou a falar de design. Porque apesar de tudo arte e design não são bem a mesma coisa.
Mas convém que quando se faça este tipo de coisas se apresente uma razão válida para tal: consciência ecológica, talvez, ou tornar um objecto noutro objecto com uma função completamente diferente ou até mesmo em última instância dotar um objecto sério de sentido de humor. Portanto, convinha dar outra explicação para esta peça que não fosse tão somente o facto de ter um carimbo Jasper Morrison e por isso mesmo custar uma fortuna.
Ou isto talvez seja a minha própria consciência invejosa a falar, porque eu não me chamo Jasper Morrison e portanto o meu garrafão-de-água-vazio-tornado-um-recipiente-para-molas-de-pendurar-roupa não vai ser tornado um objecto de culto assinado a ser vendido por dezenas de euros (ou até mesmo centenas, quiçá) e portanto aqui estou eu sentada ao computador a falar mal do outro.
Seja como for...Jasper Morrison, shame on you!
Segundo passo: num momento ao mais puro estilo Changing Rooms utilizar uma caixa de madeira normalmente usada para armazenar garrafas de vinho como mesa de cabeceira (e chamar-se Jasper Morrison).
Terceiro passo: ter uma editora de objectos que ouve falar na mesa-de-cabeceira-que-na-verdade-é-uma-caixa-para-garrafas-de-vinho e achar que pode fazer disto uma peça assinada para a colecção 2006 (assinada por quem? Por Jasper Morrison, pois claro!).
Surge então o The crate, a obra conjunta do até agora não-controverso Jasper Morrison, um dos melhores designers desta geração e da Established and Sons, empresa conhecida nas altas esferas do design.
Há objectos e há objectos. E há ready-mades e ready-mades. Sou da opinião que todos os objectos podem (e devem) ser descontextualizados; os objectos afinal não são vacas sagradas colocadas no meio do Olimpo. Mas gosto de pensar que esta descontextualização deve pelo menos ter uma mensagem. Não pretendo que todos devem fazer de um ready-made um manifesto, tal como Marcel Duchamps fez com o seu urinol-tornado-peça-de-arte-porque-foi-exposto-numa-galeria, até porque não estou a falar de arte, estou a falar de design. Porque apesar de tudo arte e design não são bem a mesma coisa.
Mas convém que quando se faça este tipo de coisas se apresente uma razão válida para tal: consciência ecológica, talvez, ou tornar um objecto noutro objecto com uma função completamente diferente ou até mesmo em última instância dotar um objecto sério de sentido de humor. Portanto, convinha dar outra explicação para esta peça que não fosse tão somente o facto de ter um carimbo Jasper Morrison e por isso mesmo custar uma fortuna.
Ou isto talvez seja a minha própria consciência invejosa a falar, porque eu não me chamo Jasper Morrison e portanto o meu garrafão-de-água-vazio-tornado-um-recipiente-para-molas-de-pendurar-roupa não vai ser tornado um objecto de culto assinado a ser vendido por dezenas de euros (ou até mesmo centenas, quiçá) e portanto aqui estou eu sentada ao computador a falar mal do outro.
Seja como for...Jasper Morrison, shame on you!
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