Objectified
E pronto, era mesmo só o que me faltava, um documentário sobre a vida maravilhosa das estrelas do design...
...é que era mesmo o que me faltava...Dieter Rams, Mark Newson, Karim Rashid, os Bouroullec, a Hella Jongerius...estão lá (quase) todos.
Já estou a imaginar, o dia-a-dia infeliz destas alminhas: "ai meu deus, que chatice, tenho que me levantar da cama e ir trabalhar para o meu pequeno atelier de quinhentos metros quadrados onde tenho todo e qualquer material existente disponível no mundo à minha espera, trezentos e cinquenta estagiários/escravos, ai agora vou almoçar, ai meu deus oh não, estou atrasado, o meu avião parte daqui a meia hora com destino à fabrica xpto onde me vão pagar cem mil euros por desenhar mais uma cadeira, sou tão incompreendido, o senhor da fábrica não quer o colocar o parafuso onde eu quero, enfim, a minha vida é uma desgraça".
Gary Hustwit é o nome do autor da minha desgraça, isto ainda vai ser pior que o Cinema Paradiso, começa o genérico inicial e lá vou eu começar a chorar lágrimas de sangue, "porquê eles e não eu????", enfim....se quiserem saber mais, cliquem [aqui] (é que eu já não consigo escrever mais sobre o assunto!).
...invejosa, eu??? Nããããããããããããããã.......Frustrada, talvez.
...é que era mesmo o que me faltava...Dieter Rams, Mark Newson, Karim Rashid, os Bouroullec, a Hella Jongerius...estão lá (quase) todos.
Já estou a imaginar, o dia-a-dia infeliz destas alminhas: "ai meu deus, que chatice, tenho que me levantar da cama e ir trabalhar para o meu pequeno atelier de quinhentos metros quadrados onde tenho todo e qualquer material existente disponível no mundo à minha espera, trezentos e cinquenta estagiários/escravos, ai agora vou almoçar, ai meu deus oh não, estou atrasado, o meu avião parte daqui a meia hora com destino à fabrica xpto onde me vão pagar cem mil euros por desenhar mais uma cadeira, sou tão incompreendido, o senhor da fábrica não quer o colocar o parafuso onde eu quero, enfim, a minha vida é uma desgraça".
Gary Hustwit é o nome do autor da minha desgraça, isto ainda vai ser pior que o Cinema Paradiso, começa o genérico inicial e lá vou eu começar a chorar lágrimas de sangue, "porquê eles e não eu????", enfim....se quiserem saber mais, cliquem [aqui] (é que eu já não consigo escrever mais sobre o assunto!).
...invejosa, eu??? Nããããããããããããããã.......Frustrada, talvez.
10 Comments:
Como escrevi no meu blog, achei a solução para os nossos problemas. Se quiseres levo-te onde está esta pequena maravilha do pobre.
http://www.lifecooler.com/edicoes/discountbook/index.asp
Pois, esta do mundo "artístico" ter mais a ver com quem é que conheces do que propriamente com talento deixa-me realmente MUITO lixada...
...mas sim, a t-shirt é o máximo!!
Mulher, faz as tuas pequenas produções! Não sou exemplo para ninguém, mas fico contente por vender as minhas pecinhas Do Not Push My Buttons!. Não preciso de aviões nem ateliers de 500m2. Já fico muuuuuuuuuito feliz por me cruzar com alguém que está a usar uma pregadeira que fiz. Experimenta :)
L., nem todos somos iguais e nem todos gostamos nem das mesmas coisas nem de fazer as mesmas coisas.
Eu sei que me farto de queixar, mas acho que ainda não percebeste que o que de facto me preocupa é não saber afinal que raio quero eu fazer da vida. Porque quando eu souber o que quero fazer da vida, é fácil, é só fazer e ir atrás.
Embora acredite que acabadinha de sair da faculdade se tivesse arranjado emprego facilmente (tal como acontece noutros países) hoje se calhar o meu caminho era aquele e não havia discussões.
Assim sendo, tive tempo mais que suficiente para conseguir duvidar.
Em relação a pequenas produções, de facto não tenho feitio para trabalhos manuais. Tenho máquina de costura arrumada na despensa, sacos cheios de retalhos e uma peça meio feita. Não é só o trabalho que me deixa exausta (não te esqueças L., são dez horas em pé e a carregar pesos, o que não deixa propriamente muita apetencia para muito mais, ainda mais chegando a casa todos os dias à 1 da manhã). É que realmente nem sequer é falta de jeito, é que não gosto mesmo de fazer trabalhos manuais. Farto-me de bufar, de reclamar, fico cheia de mau feitio enquanto estou a fazer aquilo porque nunca mais acaba e nunca mais fica pronto. E quando fica pronto, em vez de ficar gratificada, só penso "bolas, até que enfim!"
São pessoas como eu que gostam de comprar trabalhos de pessoas como tu, porque compreendem o esforço que está dentro de cada pecinha. E nem sequer acham caras as coisas, porque o que eu penso é de cada vez que vejo uma peça gira é "bolas! Que seca! Eu não era capaz!"
Oh amiga, não estava a dizer para ires fazer o tipo de coisas que eu faço, até porque, se eu te conheço bem, não faz o teu género. Mas tu e o A. têm talento suficiente (demais até!) para juntarem uns cobres e criarem peças, tratando vocês da produção, e punham isso à venda. Não acredito que não eram capazes de produzir uns candeeiros todos estilosos de fazer inveja aos Newsons e Rashids.
E sim, tu sabes o que queres: comprar coisas bonitas! Já pensaste que podes ser TU a criá-las? Para quê esperar por um emprego num atelier dum gajo a quem só lhe dás nome a ele? Até tens o A.!
Eu tb trabalhei 8 horas de pé e a carregar pesos. E foi durante esse tempo que comecei a minha pequena produção. Hoje confesso que tenho muita dificuldade em mantê-la, mas faço um grande esforço porque é a MINHA pequena produção. Não estou a engordar nenhum designer e é uma forma de me realizar profissionalmente, de aplicar o que andei a estudar. Vais dizer: "mas não estudámos para fazer pregadeiras de botões" e eu digo "também não estudámos para estar atrás de um balcão".
Não precisas começar por desenhar um sofá! Começa por qualquer coisa pequena, rápida, fácil e barata de produzir (não são estes os princípios do design de produto?!)
Em vez de gastares dinheiro em aquecedores de 1000€ ou em sorveteiras, investe numa produção de peças.
Continuo a insistir: experimenta! Talento não falta nessa casa!
Alguns exemplos de colegas que fizeram o que te estou a sugerir:
http://www.bleach.pt/
http://www.toscalab.blogspot.com/
http://www.mood.pt/portugues/home_port.htm
Não me venhas dizer que eles têm ateliers fabulosos: para os terem, começaram por ateliers em casa.
E repara que são casais, como tu e o A.. Fosse o meu L. designer...
Bom, acho que ou não me estás a entender ou eu não me estou a fazer entender. Enfim.
Eu quando descobrir o meu caminho logo informo toda a gente (infelizmente, até lá, ainda vão gramar com algumas crises existenciais da minha parte).
Se esse caminho vai passar ou não pelo design, depende. Se calhar o meu caminha passa em mandar tudo às urtigas e ir fazer um passeio a pé até ao Alaska. Ou ir criar ovelhas para o Azerbeijão. Enfim, fiquem atentos que há-de valer a pena.
Pareces aqueles miúdos com birras de sono.
Espero que esse teu caminho seja tão fabuloso quanto a tua vontade de gastar dinheiro.
Bem, L., é daquelas coisas, acredita no que quiseres, acredita se te faz sentir melhor que a minha existência é tão fútil como a queres fazer, acredita que eu acordo a sonhar com sapatos Prada e me deito a sonhar com candelabros Bacaratt. Imagina que tudo no que eu penso é em ter um apartamento na 5ª Avenida e um palácio no Dubai. Se isso te faz sentir melhor....força!
Acredita que o pouco que ganho gasto tudo em merdas que não me fazem falta nenhuma, e que depois passo os dias a queixar-me que não tenho dinheiro nenhum. Acredita que tenho a casa cheia de malas da Burberry e calças de ganga da Armani. Que todos os dias choro porque não posso comprar um cinto D&G. Que tudo o que eu preciso na vida para ser feliz é um vestido da Dior.
Acredita que chega a dia 5 e já não tenho dinheiro nenhum na conta. Acredita que tudo o que quero na vida é ter dinheiro...só pelo facto de ter dinheiro, para poder gastá-lo todo. Logo. E em merdas que não interessam a ninguém...ai, perdão, que não te interessam a TI!
Acredita que todas as escolhas que faço são justamente a favor do consumismo, do qual fazes a minha religião. Acredita no que quiseres.
Eu sei qual é a minha motivação e basta-me. Não preciso de publicitar nada no meu blog, nem a minha pessoa, nem as minhas nobres intenções de salvar todo o planeta. Sou um ser humano egoísta que apenas quer o melhor para ela e para os seus. Mas eu ao menos admito. E se o melhor incluí lenços Hermès ou não, acho que não interessa muito. E se o meu caminho vai ser fabuloso ou não, também não interessa muito. Se eu não sei o que procuro, acho que muito menos vais ser tu a sabê-lo.
As tuas intenções podem ter sido boas, mas acho que há maneiras e maneiras de dizer as coisas.
Agora podes vir à vontade com a conversa do costume, "tudo o que eu faço é ajudar as pessoas e é assim que elas me tratam". E também podes continuar não só a não escutar as pessoas como também a criticá-las. Isso também é um bom caminho para uma pessoa que só quer ajudar...
Enfim, quem me conhece sabe como sou, ponto. Quem não me conhece imagina o que quiser. E vou continuar a sonhar com quintais e piscinas, com cabanas na praia e com sapatos. E vou continuar a comprar aquecedores e sorveteiras. E vou continuar a queixar-me imenso. Mesmo que consiga o meu quintal, a minha piscina, a minha cabana e os meus sapatos.
...achava que me conhecias melhor. Parece que não.
Essa tua agressividade é reveladora de algumas coisas: uma delas é que estás bastante insatisfeita. As tuas próprias palavras são "frustrada".
Do meu ponto de vista, não entendo o motivo dessa frustração, pois se o teu sonho é "ter", afinal "tens": lá vais comprando uns óculos que eram mesmo aqueles que querias, e uma sorveteira maravilhosa, e uns sapatos não-sei-quantos. No fundo, és uma mulher realizada.
Eu pensava que era por não estares na carreira para a qual te preparaste (e que eu acho que tinhas imenso talento, volto a dizer), mas também já admitiste que pode não ser isso, que afinal não sabes bem o que queres. Até caí no erro (só vi isso depois) de fazer algumas sugestões. Não sou nenhuma Madre Teresa, mas essas mesmas sugestões foram-me feitas a mim e resultaram.
A conclusão que tiro é que gostas imenso do teu trabalho e ele até te permite ir realizando alguns sonhos consumistas. Nada a opôr. Acho que é um caminho perfeitamente legítimo: trabalhas para comprares as tuas coisas, não vejo nada de errado aí, não estás a roubar nem a prejudicar ninguém.
Continuo é sem entender a razão dos lamentos.
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