sexta-feira, novembro 14

Philips 614

Quando eu era miúda, trabalhei na rádio local da santa terrinha. Uma vez por semana, aos sábados à tarde, ía para o estúdio e contava uma história. O meu pagamento era um gelado, cedido gentilmente pelo patrocinador.

Era muito engraçado, e se ao princípio o microfone intimidava um bocadinho, às tantas tornou-se muito natural passar um bocadinho das tardes de sábado num estúdio, rodeada de gente crescida, a ver o técnico mexer nos botões que abriam e fechavam microfones, tocavam música e interrompiam-na quando queriam.

Portanto quando a experiência acabou, arranjei a minha própria rádio, com os meus próprios discos, onde eu tinha liberdade artística não só para contar as minhas histórias mas para cumprimentar todos os meus ouvintes e dizer tudo o que me apetecia dizer.

E tudo o que eu precisava era do gira-discos e de um gravador. Com o tempo, a minha estação de rádio caiu em desuso, o gira-discos desapareceu, e lá se foi mais um bocadinho da minha infância.

Gira-discos

Parece que pela módica quantia de quarenta e cinco euros e um passeio árduo pela feira da ladra se consegue recuperar um bocadinho da minha infância.

E não faz só bons programas de rádio; quando colocado em 33rpm (e não mais do que isso), também serve de carrocel para a bonecada.

1 Comments:

Blogger Artur said...

Ora aí está uma coisa que vou comprar um dia, um gira-discos.
são fantasticos, e ouvir um vinil tem muito que se lhe diga.
Não sei como estão as lojas aí mas aqui as lojas de musica já têm altas secções com vinil, e com albuns recentes.

Adorei a parte do carrocel para a bonecada!!!! hehehe

15 novembro, 2008 15:02  

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