Adoro livros alucinados. Mesmo, mesmo alucinados. Marados de um todo. Esquizofrénicos. Daqueles que nitidamente só podem ter sido escritos sob o efeito de alucinogéneos. Ou que nitidamente são escritos por alguém com uma forte, forte pancada.
Tudo porque no meu mundo cor-de-rosa, cheio de sapatos, nuvens e unicórnios nunca nem num milhão de anos me ocorreria escrever aquilo. Porque se calhar nem sequer me ocorre que aquilo existe (o que quer que seja aquilo).
E (quase) ninguém escreve sobre aquilo tão bem quanto Chuck Palahniuk. É de tal maneira que qualquer que seja a história que ele esteja a contar, por mais irreal, grotesca, escatológica ou fantasiosa, torna-se facto consumado e absolutamente verdadeira.
Como se fosse a coisa mais natural do mundo existir uma cantilena que mata pessoas por ser recitada. Ou que os intestinos das pessoas sejam sugados por piscinas. Ou sabonetes feitos com restos de clínicas de cirurgia estética. Ou massagens de pés que quando feitas de certa maneira possam causar um ataque cardíaco fatal.
Claro que sim, tudo possível e real. É por isso que o Chuck Palahniuk é um génio. Porque quando lhe perguntam claramente, depois de mais uma passagem brutal (literalmente) de um dos seus livros,
How did you research that?, ele responde simplesmente
I made it up. I'm a writer.Etiquetas: Chuck Palahniuk