segunda-feira, outubro 30

Let them eat cake III

Por falar em compulsão (e tornando-a obsessão)...e ainda sobre Marie Antoinette...

...que pode não ter outras virtudes mas realmente deixou-me a pensar e a a conclusão a que cheguei hoje foi:

Gostei dos momentos, gostei da banda sonora, gostei (especialmente) dos vestidos e dos cenários e cheguei à conclusão de que o filme é digno de figurar na minha colecção de DVDs.

marieantoinette3

E pronto, já chega de Marie Antoinette (até chegar o DVD, claro!).

sábado, outubro 28

Vestidos

Descobri o livro máilindo do mundo, estou fascinada, quero, quero, quero, quero e até parece que foi feito de propósito para mim, senão vejam só o título: Nineteenth-Century Fashion in Detail.

Nineteenth-Century Fashion in Detail

Melhor, melhor do que este livro só mesmo se fizessem um pack DVD dos Melhores filmes de vestidos de sempre, mas como isso não deve acontecer em breve porque abarca bem mais épocas que só o séc. XIX já me contentava com este...

...e lá se vão mais quarenta euros para a biblioteca!

quarta-feira, outubro 25

Eu e os jogos, os jogos e eu

Num daqueles mil downloads grátis de jogos que andam por aí pela net (incluíndo uns que são extremamente irritantes porque como são grátis duram uma hora e depois de cinco em cinco minutos desligam-se, a não ser que compremos o jogo, coisa que como é óbvio nnguém tenciona fazer....) consegui viciar-me no jogo mais fofinho de sempre. E como é óbvio, com um ar retro.

Eu que passei pela geração Nintendo já quase no fim (lá tive um Gameboy, mas a uma idade indecente para se ter um Gameboy...por falar nisso, quem quiser oferecer-me um Nintendo Ds Lite pelo Natal vai contar com a minha gratidão e amizade eternas – isto, claro, apenas se for o branco!) nunca tive oportunidade de jogar The Legend of Zelda, o que pelos vistos foi um erro crasso, ou não me via agora, uma década depois, completamente obcecada com um joguinho que dá pelo nome de Aveyond.

Aveyond screenshot

Aliás, dizer obcecada até começa a parecer pouco. Como já disse atrás, é um jogo muito fofinho, com bonequinhos fofinhos, cenários fofinhos e histórias fofinhas (acho que mete casamentos e coisas que tal, já mais lá para o fim, para além de feitiços e amigos e inimigos e moedinhas e objectos bonitinhos e coisas que se têm que fazer para fazer outras coisas) e é em 2D, o que o torna ainda mais fofinho porque parece mesmo um daqueles jogos que já se jogaram mil vezes.

Porque eu não consigo jogar jogos 3D...e porquê? Por causa do meu fantástico sentido de orientação, que por acaso, é mesmo muito deficiente, roçando o quase não existente....perco-me e perco-me e perco-me no meio do jogo e nunca sei onde estou. E o pior de tudo é que isto também me acontece nos jogos 2D...de maneira que dou comigo a andar em círculos dentro de um jogo (o que é patético, eu sei, para além de ser uma estrondosa perda de tempo).

E depois há o outro factor: estou cada vez mais esquecida e distraída, e esqueço-me constantemente do que é que raio afinal estou eu a fazer (estou aqui no meio de uma missão e tenho que ir procurar uma personagem...mas....onde é que disseram que ela estava, mesmo?) o que também se torna numa enorme e gigantesca perda de tempo.

E depois por mais que eu faça batota e perca tempo à procura de listas e listas de soluções do jogo que se encontram na net juro que ninguém consegue ter uma listagem completa de TUDO o que se tem de fazer. E volta e meia lá fico eu encalhada num sítio qualquer (agora tenho um bloco de gelo com um relógio lá dentro que eu sei que tenho que descongelar....mas como???como???) e pronto, tudo indica que eu mais dia menos dia vou ter que desistir, certo?

Não. Não. Eu não quero desistir, não posso desistir, eu tenho que acabar o jogo, tenho mesmo, mesmo, mesmo de acabar o jogo, porque sim, porque os jogos tornam-se esta compulsão que eu até já cheguei a ter insónias e a voltar para o computador porque TENHO DE ACABAR O JOGO.

Alguém conhece um psiquiatra? Então enquanto procuram, deixem-me voltar para Ghalarah e tentar dar mais umas voltas por aí, tentando recuperar a estátua do rei dos Elfos que entretanto entreguei erradamente aos esquilos guerreiros que querem dominar o mundo...

...e entretanto, fico sem tempo para mais nada!

domingo, outubro 22

Leitura de férias

Como a história de ir lá para fora lá fora não se concretizou, e embora ainda se tenha feito algum ir para fora cá dentro, optei por comprar um livro do Bill Bryson, porque bolas!, esse é que se farta de viajar (e...bem, ele é cá fora, lá dentro, ai agora moro aqui, ai agora vou para ali, agora nasço aqui e depois mudo de país e depois passam vinte anos e decido morar aqui, e agora vou voltar e já nem sou deste país nem do outro e agora volto e pelo caminho viajo mais ainda...não sei se estão mais ou menos a ver a coisa!).

Notes from a big country

No meio desta confusão toda, ele aproveita para descrever tudo e todos e contar histórias que não lembram nem ao diabo e encher os livros dele não só de piadas como de factos que dão muito, muito jeito quando se joga ao Trivial Pursuit (infelizmente, são tantas trivialidades que eu quando penso que já apreendi uma ele encarrega-se de relatar mais trinta e quatro e pronto, puft!, já esqueci tudo...).

E pelo caminho...ele reclama. E reclama. E reclama. E reclama. Tudo com muita graça. E como eu também adoro, adoro, adoro reclamar por tudo e por nada adoro ler os livros dele (estão a ver, não me sinto tão sozinha neste meu mundo de reclamações...).

E a fascinação dele pelo triturador de lixo que se encontra em quase todas as casas norte‑americanas encontra em mim uma alma solidária...ai o que eu adorava ter uma coisa dessas e passar a vida a alimentá-la...

sábado, outubro 21

Let them eat cake II

Por falar em Marie Antoinette...

marieantoinette2

Nem é bom nem é mau (bem, quer dizer, no meio das pessoas que foram comigo houve uma que disse – e passo a citar – "foi o pior filme que vi em toda a minha vida", mas eu não íria tão longe), nem é barroco nem é moderno, nem é excessivo nem é minimalista...

Ou melhor dizendo, umas vezes é bom, outras vezes é mau, outras vezes é barroco, outras vezes é moderno, outras vezes é excessivo e outras vezes ainda é minimalista...

É uma colecção de momentos mas que infelizmente não é apenas uma colecção de momentos, que nos contam ou demais ou de menos...

E eu que queria tanto gostar do filme!

domingo, outubro 15

Há dias históricos, que marcam o mundo tal como o conhecemos...

Em trinta anos de vida nunca vi o meu pai fazer três coisas: comer uma sobremesa, conduzir e deixar um prato de refeição totalmente vazio.

Hoje, num só dia, consegui ver as três, embora não propriamente por essa ordem. Ora ele não só conduziu, como comeu muitíssimo bem e logo a seguir atreveu-se não só a anunciar que ía comer sobremesa, como ousou mesmo pedi-la e surpresa das surpresas, comeu-a toda (sem sequer a partilhar com a minha mãe).

Ora bem, o mérito da condução é dele porque lá se decidiu a tirar a carta e lá conduziu o novo Opel Corsa acabadinho de estrear, o mérito da faustosa refeição é mesmo do restaurante Helana que fica em Idanha-a-Nova.

E não sou eu que o recomendo vivamente, é o meu pai!

sexta-feira, outubro 13

back to the future, step by step

Durante os meus já comentados anos da adolescência eu cometi a proeza de ser fã. O que até nem é grande proeza, na verdade é até uma grande estupidez.

once upon a time....

E é uma estupidez que se torna ainda maior quando depois destes anos todos se percebe que nada de bom saiu daquele grupo. Quer-se dizer, hoje em dia os Beatles são considerados o melhor grupo da história da música (e quem é que não se lembra de ver fãs histéricas a preto e branco de cada vez que eles tocavam em algum lado), os Take That serviram para lançar o Robbie Williams e os N'Sync para lançar o Justin Timberlake (com todos os seus defeitos e todas as suas virtudes) e outros grupos contribuíram para ao menos lançar uma música ou outra que acabaram por ficar por aí e que se tornaram clássicos (o A. adora os Monkees e o seu I'm a believer, por exemplo, e ele não é propriamente do tipo de ficar histérico e a puxar os cabelos...acho eu).

E do meu grupo, o que resta? Depois de milhões e milhões de discos vendidos, de digressões que enchiam estádios e estádios por todo o mundo (e que já agora nunca encheram estádios portugueses, aproveito para lhes agradecer desde já a atenção prestada), de merchandising que esgotava mal chegava às lojas (e para que é que alguém quereria berlindes com a imagem deles era algo que me transcendia, até mesmo naquela época), de vídeos e vídeos e vídeos e até de uma série de desenhos animados, o silêncio.

Ou seria melhor o silêncio. O que resta mesmo é a decadência. Ouço dizer que um deles é agente imobiliário. Outro anda a tentar ser actor (e volta e meia até consegue um papelito num filme ou numa série, por norma a fazer de drogadinho). Um deles não sei o que anda a fazer de todo. O outro andou a fazer música e chegou a lançar um álbum, mas quase nada saiu dali. Tal como o outro, o meu favorito, ainda por cima, que deve andar um bocadinho curto de dinheiro, tadito, porque entre posar semi-despido para a Playgirl, participar no Dancing with the stars e andar a mandar discos que pelos vistos quase ninguém compra (eu pelo menos nunca vi nenhum à venda por cá, deve querer dizer algo) é mesmo o mais decadente deles todos.

E fico eu a pensar (mais uma vez) no tempo desperdiçado, no dinheiro gasto em revistas que vão dar uma trabalheira a reciclar, na imaginação desperdiçada, na garganta rouca e nas lágrimas derramadas (sim, porque eu era fã, fã, fã, daquelas que choravam, e gritavam, e pulavam).

E ao mesmo tempo fico a pensar que não era apenas eu, era eu mais três amigas, as quatro inseparáveis, as quatro a imaginar histórias e a fazer planos e a ver vídeos e a ouvir músicas e a cantar e a pensar em sintonia durante vinte e quatro horas por dia.

E mesmo que ache que de facto foi um desperdício de energia e de tempo e de dinheiro, quando não estou com a neura como ando nestes dias admito que até teve a sua piada. E há sempre pelo menos um dia no ano em que eu me (re)lembro de tudo. Foi um dia que começou por ser apenas um encontro entre duas amigas para ver um filme e que acabou por reunir um grupo de amigas naqueles anos que dizem definir a personalidade. E apesar de não termos cumprido a nossa promessa, apesar de cada uma ter seguido o seu caminho, apesar de (sei-o hoje) termo-nos feito muito mais mal que bem umas às outras, apesar de já ter sido há tanto tempo que já nem consigo ter saudades da nossa amizade, durante uns anos éramos amigas mais amigas que tudo e partilhávamos um sonho.

E isso devo-o a um grupo de música que nada deixou para a posteridade...

terça-feira, outubro 10

back to the future (e ainda bem!)

Por falar em remexer no passado, obras desta magnitude implicam esvaziar a casa. E esvaziar a casa implica remexer em quase todas as coisas que juntei na minha vida.

Digo quase porque os brinquedos da minha infância foram para sempre perdidos num célebre ataque de má vontade por parte da pessoa que os guardou durante mais de dez anos, que decide jogá-los fora sem qualquer tipo de autorização por parte da dona (isto é, a minha pessoa).

E porque apesar de tudo há dez anos que não moro lá, e as coisas que juntei nestes últimos dez anos estão lá, na minha casa, no presente momento a encher‑se de pó graças à operação cara‑limpa que o meu corredor (da casa do subúrbio) está a sofrer.

E o que é que sobra? Tudo o que se passou entre 1986 e 1996. Numa frase: "ai que medo". Mesmo.

Se se derem ao trabalho de fazer as contas, vão perceber que o período arqueológico que a casa abriga vai dos meus dez aos meus vinte anos. Ou seja, a pré e a adolescência propriamente dita.

Significa que encontrei de tudo, desde impressos de acesso à universidade, a posters, passando por diários (!), bilhetes de cinema e convites de discoteca.


Tudo visto do alto dos meus trinta anos pareceu-me perigosamente perto. A minha baixa auto-estima (temperada com a minha mais que comentada arrogância e auto-importância), os problemas insignificantes que eu tinha mas que insistia em magnificar, e os problemas importantes que eu tinha e que optava por não resolver. A maneira como me tratavam e a maneira como eu tratava os outros, as parvoíces com que eu me entretinha, o grupo de quem eu gostava (bem, gostava é uma palavra muito fraca para definir aquilo), os colegas, os amigos que sacrifiquei para obter ou conservar outros (que, aproveito para dizer, já não conservo), as coisas que eu fazia e as coisas que deixei de fazer...

Nunca desejaram ter um botão de delete para apagar certo e determinado tipo de coisas? Eu já. E por isso usei o que mais se pode parecer a isso numa situação destas: o belo e fantástico caixote do lixo.

Joguei fora coisas que eu nunca jamais acharia que seria capaz (graças ao meu patológico hábito de acumular lixo). Recordações que há muitos, muitos anos serviram de pretexto para me chatear com pessoas amigas foram sem dó nem piedade atiradas para o lixo. Ou para a reciclagem (e espero que as transformemm numa coisa boa, por favor).

Pelos vistos não gostei de mim durante quase uma década. E o pior de tudo é que eu hoje também não gosto da mim dessa época.

Diz o A. que se não fosse tudo isso, que se eu não tivesse passado por isso, que se eu não tivesse sentido isso hoje em dia não era assim.

Agradeço o pensamento kármico e eu sei que ele bem lá no fundo tem razão, mas revolta-me o quase desperdício de dez anos concentrados em parvoíce.

Agora deitados para o lixo. E reciclados.

segunda-feira, outubro 2

Home sweet home

As casas envelhecem mais do que as pessoas, digam o que disserem. Ora bem, eu tenho trinta anos e não estou precisamente com os pés para a cova (pelo menos por enquanto).

A casa onde eu cresci está a morrer (e nem por isso muito lentamente). Entre outras maleitas o autoclismo (que é de parede, à boa maneira dos anos setenta) não funciona, três quartos das torneiras pingam e pingam e pingam, o fantástico do parquet (que é lindíssimo, apesar de tudo) está todo esburacado e a saltar, o estuque do tecto do meu quarto vai cair mais mês menos mês, a instalação eléctrica da cozinha está moribunda e por aí fora.

A casa vai fazer uma plástica, vai ficar irreconhecível, vai ficar fantástica maravilhosa, com ar condicionado e vidros duplos e estores térmicos e fantásticos azulejos ultra-modernos ultra-minimalistas e a bela da cozinha de carvalho (com o veio na horizontal, super-chique).

Mas isto de mexer no passado é sempre mexer no passado, e mesmo que seja para melhor mexer nas recordações é sempre nostálgico.

Ou seja, lá se vai o tanque onde quando eu lá cabia adorava tomar banho. Lá se vai o parquet, aquele que esteve coberto de vinil a maior parte da minha infância. A banheira onde eu tomava banho de espuma super-desenvolvida (anos e anos a aperfeiçoar a técnica de fazer crescer a espuma três palmos). Os armários de cozinha que eu mais a minha amiga mais antiga um dia limpámos com tanta energia, convicção e carinho (de tal maneira que a minha mãe quando os viu ía caindo para o lado, pois como é óbvio estavam completamente nojentos).

Mas a casa, pequenina, vai ser sempre a casa onde cresci. Vou sempre poder contar à minha prole (quando a tiver) histórias fantásticas de como eu um dia usei cola de madeira para colar um desenho meu na parede (arruinando ao mesmo tempo a parede onde o coloquei).

Embora as marcas não estejam lá.

domingo, outubro 1

Cerrado por vacaciones

...ou seja, mim férias...

...até daqui a três semanas!