sexta-feira, fevereiro 29

Dezassete graus

Estão a ver? Um designer português contratado por uma empresa portuguesa a ganhar um dos mais prestigiados prémios de design do mundo (o Red Dot Award).

17 graus

Será que isto vai mudar a confiança dos empresários portugueses nos nossos designers? Ou vai apenas criar mais uma enDeuszação?

Seja como for, é só para mostrar que os portugueses estão exactamente ao mesmo nível que os outros. Ou talvez melhores, visto que não temos o mesmo nível de oportunidades. E que é sempre melhor criar que copiar.

Parabéns ao Francisco Providência. E à Larus. E à Red Dot.

quinta-feira, fevereiro 28

28 no dia 28 em 2008

Tantas bolinhas e patinhos no aniversário de uma das minhas pessoas preferidas no mundo. Na verdade, a minha pessoa preferida.

Muitos beijinhos ao A., que há 28 anos atrás decidiu nascer e tornar este planeta um sítio bem melhor.

terça-feira, fevereiro 26

União (de facto?)

Nunca me quis casar. Nunca sonhei com vestidos brancos, flores, igrejas. A frases que começavam como "Um dia quando te casares..." eu respondia sempre com um assertivo "Não me quero casar!".

Depois surgiram as uniões de facto e eu achei que os meus problemas estavam resolvidos. Mas que até mesmo isso dava muito trabalho. Muita burocracia. Muita oficialização. E mesmo as uniões de facto, em que é obrigatória que o casal já conviva há mais de dois anos, não dão os mesmos direitos que o casamento.

Acabei de descobrir que não sendo casada, e não sendo unida de facto, não tenho direito de visita em hospitais ou prisões. Acham possível?

A pouco e pouco e pouco ando a mudar de opinião. Porque não é justo. Não é justo que eu, sem papéis assinados e com uma relação estável (e maravilhosa) há oito anos, dos quais quatro a coabitar o mesmo espaço, tenha menos direitos que uns aventureiros quaisquer que decidem assinar um papel passado um mês de se conhecerem.

E estou eu para aqui a reclamar de boca cheia, eu só não me caso porque não quero, porque é contra os meus princípios, por teimosia. Mas há pessoas neste país que não se podem casar pela única e exclusiva razão de amarem uma pessoa que tem o mesmo sexo que elas. Enfim.

Tudo porque não posso estar com o A. em alturas em que eu gostava mesmo de estar com ele, mostrar que isto é mesmo para o melhor e no pior, tentar melhorar um bocadinho as coisas.

E não, isto não é um pedido de casamento público. É um desabafo.

domingo, fevereiro 24

"Carlitos, cala-te e vai para o quarto!"

Bem se podia chamar assim a minha série favorita do momento. E, oh! espanto dos espantos, é portuguesa. Bem, portuguesa, portuguesa até nem é bem, é uma adaptação de uma série espanhola...que a bem dizer inspirou-se livremente numa outra norte-americana.

Passa-se nos anos sessenta. Nos finais dos anos sessenta. As personagens vivem o seu dia-a-dia e a História (que naquela altura eram apenas as notícias) entra-lhes pela vida dentro. Chama-se Conta-me como foi.

E apesar de todo o meu cepticismo, incredulidade e azedume iniciais ("ah pois sim já estou mesmo a ver vão dar cabo daquilo tudo, nunca vão conseguir fazer uma série tão boa quanto as outras, blá, blá, blá, resmunguice práqui,resmunguice práli") tenho que admitir: a série está MA-RA-VI-LHO-SA.

Mesmo.

Conta-me como foi

Os cenários estão quase perfeitos (um ou outro anacronismo, mas ninguém repara, só eu), o guarda-roupa está óptimo, a maquilhagem também, os actores estão irrepreensíveis. Todos. O Miguel Guilherme, o pai honesto e trabalhador. A Rita Blanco, a mãe doméstica e dedicada (com um penteado giríssimo). A Catarina Avelar é a avó viúva e séria que se está a adaptar aos tempos modernos. A Rita Brutt é a filha mais velha , a menina que cresce numa sociedade conservadora e que não sabe se a siga ou se a mande à fava. O Fernando Lopes é o universitário revolucionário, e o Luís Ganito é o filho mais novo, o que se mete em grandes aventuras, o que nos conta a estória e o que está sempre a fazer asneiras. O que está sempre a ser mandado para o quarto porque não pode ouvir as conversas dos crescidos.

Para quem só ouviu murmúrios de outras décadas, não há melhor maneira de perder uma horinha dos serões (ainda há serões?) de Domingo para ter uma amostra do que era a vidinha do nosso Portugal à beira-mar plantado, orgulhosamente só, mudo nos gritos de liberdade, a trabalhar para pôr pão na mesa.

Porque apesar da minha idade avançada, não sei o que é não poder falar, não sei o que é não ter comida na mesa, não sei por quanta coisa passaram as pessoas antes de mim. Mas também não me quero esquecer.

quinta-feira, fevereiro 21

Sem coragem

E eu até sou relativamente corajosa. Relativamente. Já fiz bungee jumping (apesar de ter demorado meia-hora a saltar) mas se vejo uma lagartixa a menos de dois metros de mim consigo correr os cem metros barreiras em menos de cinco segundos.

Mas estou sem coragem para começar as mil duzentas e cinquenta e cinco páginas do Tolstoy. Mesmo.

War and peace

Comprei o livro no início de Dezembro, já andou espalhado por todo o lado para poder olhar bem para ele, mas ainda não tive coragem.

Palavras sábias bem que me avisaram que o Guerra e Paz não se lê, vê-se. Mas eu ainda hei-de ter coragem...afinal, eu sou a pessoa que leu Os Maias numa noite...hei-de conseguir ler este também (nem que seja em três anos!!).

quarta-feira, fevereiro 20

Rainy days and Mondays always get me down

Eu sei que não é Segunda-feira, mas lá que é de chuva é...

Chuva

E eu com tanta roupinha da nova estação para estrear...estou mais que farta de Inverno!! Andorinhas, onde andam vocês?

terça-feira, fevereiro 19

Possivelmente o anúncio de tv mais estúpido do mundo

Já cheguei a fazer zapping ao contrário, ou seja, de cada vez que os anúncios acabavam mudava de canal para continuar a ver anúncios.

Porque adoro anúncios de televisão. Costumam ser pequenas peças de arte visuais, quase tão bons (muitas vezes melhores) que vídeos musicais, que também adoro.

E também há anúncios maus, baratos, com baixo orçamento. O que é mau, mas para o que é, bacalhau basta. O que custa é ver grandes marcas a desperdiçar grandes orçamentos em anúncios maus. Ou idiotas. Ou maus e idiotas.

E agora parece que a nova corrrente publicitária é mesmo essa, anúncios perfeitamente idiotas, maus e irritantes. Pernas futuristas para vender ténis? Concertos em peças de automóveis? Claro, claro...vou já a correr comprar carros que fazem música inútil e ténis que me tornarão uma mutante...

Mas o campeão da estupidez é mesmo este...quase que me faz querer nunca mais pôr um bocadinho de chocolate na boca!

...ok, não vou ser tão extrema, mas lá que é irritante, é!

quarta-feira, fevereiro 13

From Russia with love

Tudo o que eu queria era ver um ovinho Faberge. Um. Um só. Afinal há por aí 69, 50 dos quais são imperiais. Mas eu já nem pedia a realeza, podia ser mesmo um dos mais plebeus.

Portanto lá fui eu toda contente à pomposa primeira apresentação da exposição Hermitage em Lisboa, que na verdade se chama De Pedro (o Grande) a Nicolau II .

Depois de cinco euros, muitas cotoveladas, muita naftalina, muita confusão e muita expectativa, apesar das sempre mal colocadas luzes (que nas pinturas com muito verniz nunca dão bom resultado) e de legendas muitas vezes incompreensíveis, a exposição acabou num ápice e dos ovinhos, que é deles????? Segundo o A., está tudo em colecções privadas.

Bah! Bah! E não me podiam ter avisado mais cedo????? Poupava cinco euros, muitas cotoveladas e muita naftalina. E perdia um pequeno vislumbre da corte russa. Muito pequeno. Dá fome de mais.

Definitivamente, tenho que ir a S. Petersburgo. Será que lá ainda há ovinhos? Mas se for lá, quero um dos bonzões. Imperiais, com certeza. Não me vou contentar com menos...