Um sábado à tarde num centro comercial qualquer

Num dia em que eu só saí de casa porque fui mesmo obrigada (ou seja: frio, chuva e um filme mau na tv - ai que bom que é ficar em casa) as hostes passeiam-se pelo templo do consumismo provocando situações brilhantes como estas:

"Ah, não se importa de tirar o preço?" e eu tiro o preço e o outro diz "Ah, a etiqueta também" e eu pergunto cheia de boas intenções já pronta para fazer o embrulho mais bonito que o meu pouco jeito permite "Mas é para oferta?" e o cliente diz "Não".
Ou seja, "não, eu sou preguiçoso demais para chegar a casa e retirar as etiquetas das minhas próprias compras".

"O quê? Isso custa quase trinta euros?" e eu amavelmente respondo "Sim, mas temos uma outra gama que é mais barata" e a outra fica assim com um ar de quem não sabe muito bem o que é que quer e eu resolvo ser bem-educada e seja como for o tempo da escravidão já acabou portanto com certeza vou receber um óptimo não como resposta "Quer que eu vá buscar?" e como é óbvio ela diz "Sim".
Portanto eu vou descer dois lanços de escadas, fazer 100m numa direcção, fazer outros 100m de volta e subir dois lanços de escada para ir buscar uma coisa que não era para mim - sim, porque eu que estou a trabalhar de pé há seis horas estarei com certeza muito menos cansada que ela que está de passeio num centro comercial - cansa, estar de folga e fazer compras!

"Como é que vai embrulhar isso?" um sorriso e um "Vou enrolar num plástico e depois coloco num saco" e de volta oiço "Desde que isso não quebre os cantos" e eu ainda fantástica e cheia de paciência "Não quebra com certeza, é madeira" e de volta oiço "Então enquanto embrulha isso tudo nós vamos dar uma volta ao piso de baixo".
Como quem diz que és demorada demais, como é que é possível demorar tanto tempo a proteger uns preciosos cantinhos, tenho coisas melhores para fazer do que estar a ver-te trabalhar para mim, então adeus até logo então isso, nunca mais anda?

"Pode abrir esta embalagem? Quero ver como é que se coloca." e lá estou eu "É como os outros que já adquiriu, mas prende-se ao centro" e claro que isto não é resposta "Mas eu assim não percebo, quero ver" sorriso nos lábios tesoura na mão embalagem aberta comentário da outra "Ah, prende-se ao centro".
E eu desisto.


...e eu que até andava em estado zen...acabou: começa a semana do inferno!

Curto cabelo curto

Cortei o cabelo há dois dias. Até me sinto mais leve.

I wanna live forever

Até já o posso ter visto mais de vinte vezes, saber as músicas de cor, ter os mp3 das músicas e, melhor ainda!, ter a banda sonora em vinil...mas de cada vez que passa na tv (como hoje) não consigo deixar de ver...se não todo, pelo menos as minhas partes favoritas (não adorávamos todos ter um apartamento com vista para a Times Square?).



O melhor de tudo? As roupas...eu há vinte anos atrás queria vestir-me assim...e hoje ainda quero! (é só a mim que me dá vontade de ir dançar para o meio da rua quando oiço a música?)

Cheiram a tutti-frutti

Os irmãos Campana chamam-se Fernendo e Humberto, são brasileiros e starlets da cena do design mundial porque um dia decidiram fazer peças com restos e restos de coisas. Admito que muitos dos seus projectos pseudo-lixo não me atraem nada...mas quando lhes dá para fazer lixo de luxo...pelos vistos resultam coisas como estas:



By Melissa, uma submarca fashion da marca Grendene (se forem à página, perguntem-se como é possível a coexistência entre verdadeiros objectos de desejo e de "nem morta me apanhavam calçada com aquilo!") que entretanto achou que esta de convidar designers não só é fabulous como ainda se podem dar ao luxo de fazer edições especiais a preços também especiais. Venham eles: se não para usar (alguém sabe onde se compram?) ao menos para se olhar!

Cefaléia ou enxaqueca?

cefaléia s.f. Med. Dor de cabeça crónica ou intermitente.

enxaqueca s.f. Dor que afecta apenas um dos lados da cabeça e que é acompanhada de náuseas e, às vezes, de vómitos.

Admito: realmente é muito mais chique dizer cefaléia que enxaqueca. Mas não há nada a fazer: uma enxaqueca é uma enxaqueca e o dicionário diagnostica (médicos para quê, para receitarem antibióticos?).

Ceci n'est pas un phone

Deparei-me com este objecto há tempos numa revista: chamava-se pokia e resultou em mais um ataque de fúria da minha parte: "esta gente que tem a mania que é conceptual e anda nas revistas e eu aqui, que desperdício, que ideia mais parva", um rebolar de olhos, e por fim um encolher de ombros e resignação e tudo acabou por aqui...ou pensava eu.

E eis que ainda ontem me deparo com ele numa montra, lindo e chique de morrer, "ai meu Deus que objecto irónico e kitsch, tão retro! Adoro!".

Quero um. Agora a empresa que os fabrica chama-se hulger, este é o p*phone mas também existe o pip*phone (tão 80's!) e o penelope*phone (ambos com opção cordel ou bluetooth). Quem usa o skype pode comprar um adaptadorzeco e falar ao mais puro estilo retro.

Adoro. Custa €60.00 mas o meu aniversário está à porta (dois meses passam num instante...e eu mereço!!).

Mau feitio

Tentem deitar-se às 3h da manhã e acordar perto das 8 por causa dos saltos altos da vizinha...de baixo!! E não me perguntem porque é que sou um bicho furioso!